O aluno que sistematicamente se deita tarde ou, como já ouvi relatar por
directores de turma, passa a noite na Internet, certamente terá grande
dificuldade em se concentrar.
A falta de atenção na sala de aula é um tema recorrente. Muitos são os professores que manifestam preocupação relativamente a este problema, uma vez que é grande o número de alunos que estão permanentemente distraídos. Muitas causas poderiam ser enumeradas para tentar justificar esta elevada distractibilidade. O aluno que sistematicamente se deita tarde ou, como já ouvi relatar por directores de turma, passa a noite na Internet certamente terá grande dificuldade em se concentrar. Quando o assunto abordado na aula apresenta uma complexidade demasiado elevada para ser apreendido por um determinado aluno, é normal que ele "desligue" e invente formas, por vezes muito pouco simpáticas, para se distrair. Os problemas de comportamento decorrem frequentemente da incapacidade em acompanhar as temáticas abordadas.
A falta de atenção na sala de aula é um tema recorrente. Muitos são os professores que manifestam preocupação relativamente a este problema, uma vez que é grande o número de alunos que estão permanentemente distraídos. Muitas causas poderiam ser enumeradas para tentar justificar esta elevada distractibilidade. O aluno que sistematicamente se deita tarde ou, como já ouvi relatar por directores de turma, passa a noite na Internet certamente terá grande dificuldade em se concentrar. Quando o assunto abordado na aula apresenta uma complexidade demasiado elevada para ser apreendido por um determinado aluno, é normal que ele "desligue" e invente formas, por vezes muito pouco simpáticas, para se distrair. Os problemas de comportamento decorrem frequentemente da incapacidade em acompanhar as temáticas abordadas.
A forma de exposição de determinados assuntos poderá também
não ser muito apelativa, muito embora se tenha caído no erro de transmitir a
mensagem de que aprender é muito divertido e que a aprendizagem deve ser fonte
de diversão. Claro que este tipo de mensagem é altamente perversa, pois aprender
exige esforço, dedicação e empenho. Como esta ideia nem sempre é comunicada,
geram-se, por vezes, nos mais novos, sentimentos de grande frustração. Outros
aspectos poderiam ser aqui apontados para justificar o porquê de haver muitos
corpos presentes na sala de aula, mas muitas cabeças ausentes.
O facto de o aluno não estar atento na aula não significa que
apresente défice de atenção. Para que haja um diagnóstico de défice de atenção é
necessário existirem vários factores conjugados, que passarei a mencionar.
O aluno que apresenta défice de atenção tem mais dificuldade
em concentrar-se em tarefas que exigem esforço mental, quando comparado com a
maioria das crianças da mesma idade. A criança pode facilmente concentrar-se
quando joga um determinado jogo, como por exemplo a Playstation, durante muito
tempo seguido, mas desligar ao mínimo ruído sempre que está com os livros em
frente. Pode, portanto, haver, e na maior parte das vezes há, capacidade de
concentração face a tarefas lúdicas, mas incapacidade de manter a atenção sempre
que o assunto não é apelativo.
Para que haja um défice de atenção é também necessário que a
criança manifeste incapacidade em manter a atenção nas ditas tarefas que exigem
esforço mental em diferentes contextos. Se na sala de aula está distraída, mas
em casa consegue manter-se atenta, por exemplo, quando está a fazer os trabalhos
de casa, então provavelmente poderão existir distractores poderosos no contexto
da sala de aula que dificultam a concentração. Se a criança "anda constantemente
na lua", nos diferentes contextos onde se move, o nosso grau de suspeita aumenta
consideravelmente.
Sempre que a dificuldade em manter a atenção na realização de
tarefas prejudica seriamente a criança e o seu desempenho, obrigando-a a passar
demasiado tempo a fazer algo que faria rapidamente se estivesse atenta, é também
um indicador que aponta para um possível défice nesta área.
Um outro aspecto a despistar é a eventual existência de
factores de ordem emocional a interferir negativamente na capacidade de atenção.
Só poderemos falar em défice de atenção, se não existirem factores de ordem
emocional a condicionarem negativamente o nível de atenção.
Todos estes critérios deverão estar presentes para se fazer
um diagnóstico de défice de atenção. Sempre que a criança apresente uma
dificuldade de atenção desproporcionada, ubíqua, prejudicial e que não se deva a
factores emocionais, deve ser observada por profissionais especializados.
Actualmente defende-se a necessidade de, nas situações de défice de atenção,
haver uma intervenção terapêutica em simultâneo com intervenção
psicológica.
Bibliografia:
Mal-entendidos. Da Hiperactividade à Síndrome de Asperger, da
Dislexia às Perturbações de Sono. As respostas que procura. Nuno Lobo Antunes.
Versos da Kapa. Edições de Livros, Lda.
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